sexta-feira, 31 de outubro de 2025

MIBE: Visitas das turmas do 5ºano à Biblioteca

 As visitas das turmas do 5º ano à biblioteca incluíram uma pequena sessão de leitura, a partir do livro "Dias felizes de uma nódoa teimosa", de Isabel Zambujal, com ilustrações de Sebastião Peixoto.







Explorando o tema do Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), Para além das estantes: IA, bibliotecas e o futuro das histórias, o professor bibliotecário dialogou com os alunos sobre o que conhecem sobre inteligência artificial, as suas potencialidades e limitações. Apresentou o exemplo de  uma história, escrita e ilustrada com recurso ao ChatGPT, a "História da cereja Ritinha e da nódoa teimosa", estabelecendo comparações com a história lida anteriormente, avaliando o seu interesse e questionando se, no futuro, os escritores tal como os conhecemos poderão desaparecer.



A História da Cereja Ritinha e da Nódoa Teimosa


Na pitoresca Vila das Frutas Felizes, havia um pomar onde todas as cerejas cantavam o hino da alegria mal acordavam com o sol da manhã. Entre elas, destacava-se a Ritinha, uma cereja peculiar. A Ritinha não era a mais vermelha nem a maior; era a mais curiosa. Ela adorava observar o mundo lá em baixo, para lá dos ramos da cerejeira.

O seu sonho era viajar e ver o que se passava fora do pomar.

Um dia, a oportunidade surgiu. A D. Conceição, a dona da quinta, apanhou a Ritinha e colocou-a no bolso do seu avental branco imaculado. A Ritinha ficou radiante!

Enquanto a D. Conceição se dobrava para apanhar mais vegetais na horta, a Ritinha escorregou do bolso e aterrou com um plop suave no avental. O impacto fez com que o seu sumo se libertasse, criando imediatamente uma mancha no tecido branco.

Essa mancha ganhou vida própria e chamava-se Nódoa Teimosa.

A Nódoa Teimosa era, como o nome indica, extremamente teimosa e muito orgulhosa.

"Ora, ora, que belo local encontrei!", exclamou a Nódoa Teimosa, expandindo-se ligeiramente. "Finalmente um lugar de destaque! Ninguém vai conseguir tirar-me daqui!"

A D. Conceição notou a mancha e ficou horrorizada. Aquele era o seu avental preferido!

"Ah, sua teimosa! Vais já sair!", disse a D. Conceição, pegando num pano e esfregando com força.

Mas a Nódoa Teimosa não se moveu um milímetro. Apenas ficou um pouco mais pálida nas extremidades.

A Ritinha, que tinha rolado para a bainha do avental, sentiu-se culpada. Tinha sido a sua busca por aventura que criara aquele problema.



"Nódoa Teimosa", chamou a Ritinha, "acho que devias ir embora. A D. Conceição está zangada e este avental precisa de estar limpo."

"Ir embora?", respondeu a Nódoa Teimosa com desdém. "Eu sou uma mancha de prestígio, feita de sumo de cereja do melhor. Não saio daqui. Sou a atração principal agora!"

A Ritinha percebeu que a força não ia funcionar. Precisava de ser inteligente.

Ela lembrou-se de ter ouvido a D. Conceição falar sobre "truques caseiros" para remover nódoas. A palavra "limão" fez-lhe um tilintar na memória.

"Nódoa", disse Ritinha, "Tu és corajosa e forte, mas duvido que sejas mais forte do que a mistura secreta da D. Conceição. Dizem que é mágica e faz qualquer nódoa desaparecer num instante."

A Nódoa Teimosa, orgulhosa como era, não gostou de ouvir aquilo. "Mágica? Que disparate! Eu resisto a tudo!"

A Ritinha continuou a picar o orgulho da nódoa, até que a Nódoa Teimosa, num acesso de raiva, desafiou: "Tudo bem! Tragam a vossa 'mágica'! Eu fico aqui!"

A D. Conceição, que tinha ouvido a conversa (embora pensasse que estava a ficar louca a falar com frutas), foi buscar meio limão e esfregou-o na mancha.

O ácido cítrico fez a Nódoa Teimosa gritar: "Ai, que formigueiro! Que ardor! Afinal não sou assim tão teimosa!"

A Nódoa Teimosa começou a desvanecer-se rapidamente, perdendo a sua cor vermelha intensa e transformando-se num rosa muito claro.

A D. Conceição lavou o avental e a nódoa desapareceu para sempre.

A Ritinha, satisfeita por ter resolvido o problema, acabou por ser comida pela D. Conceição, cumprindo o seu destino com alegria. A aventura tinha terminado, mas a Ritinha ensinou à Nódoa Teimosa que a teimosia nem sempre compensa e que, por vezes, é melhor saber quando é a altura de desaparecer graciosamente.



Sem comentários:

Enviar um comentário