sexta-feira, 22 de março de 2013

Na onda da leitura

Na onda da leitura, dois alunos do 8º ano, magnificamente caracterizados de Eça de Queirós e de Emília de Castro, com vestuário evocativo da época, percorreram as salas de aula e leram às turmas um pequeno texto de apresentação do Grande Autor: Eça de Queirós.
O texto foi selecionado e adaptado a partir do livro O meu primeiro Eça de Queirós, de Luísa Ducla Soares, disponível no catálogo da Biblioteca.



A vida de Eça de Queirós dava uma novela.
 

Foi num carro puxado a cavalos que sua mãe, Carolina Augusta
Pereira de Eça, aos 19 anos, abandonou a casa onde vivia, em Viana do
Castelo, para ter um filho, às escondidas.
 

As mães solteiras eram então muito mal vistas e ela não estava inte-
ressada em aceitar o pedido de casamento do jovem magistrado com
quem se envolvera e de quem esperava um bebé. 
(p. 8)


Ver algumas páginas deste livro aqui.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Teatro: "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá"


Integrado na Semana da Leitura, o Clube de Teatro encenou, na Biblioteca, uma versão de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado. A sessão decorreu na tarde de quarta-feira, dia 13 de março e teve uma assistência composta por alunos, professores e encarregados de educação convidados.
Os jovens atores do Clube são alunos do 2º Ciclo, coordenados pelas docentes Eugénia Silva e Rosa de Fátima Pereira.


Oliveira de Frades a Ler


Durante a Semana da Leitura foram disponibilizados livros para leitura ocasional  em locais de espera na Escola, como foi o caso da Sala de Professores (na foto). Os livros foram selecionados entre as novidades no catálogo da Biblioteca, destacando-se alguns álbuns ilustrados e lançamentos recentes no mercado editorial. Foram oferecidos marcadores de livros e folhetos de divulgação, segundo o lema Oliveira de Frades a Ler.

Este mesmo espaço e no primeiro intervalo da manhã do dia 11, segunda-feira, na abertura da Semana, contou com a presença  uma aluna do 12º ano (na foto), que leu para os professores presentes a parte inicial do romance "O crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós:


I
Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica - que o detestava - costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
- Lá vai a jibóia esmoer. Um dia estoura!
Com efeito estourou, depois de uma ceia de peixe - à hora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fazia anos, se polcava com alarido. Ninguém o lamentou, e foi pouca gente ao seu enterro. Em geral não era estimado. Era um aldeão; tinha os modos e os pulsos de um cavador, a voz rouca, cabelos nos ouvidos, palavras muito rudes.
Nunca fora querido das devotas; arrotava no confessionário, e, tendo vivido sempre em freguesias da aldeia ou da serra, não compreendia certas sensibilidades requintadas da devoção: perdera por isso, logo ao princípio, quase todas as confessadas, que tinham passado para o polido padre Gusmão, tão cheio de lábia!
E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando:
- Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola!
As exagerações dos jejuns sobretudo irritavam-no:
- Coma-lhe e beba-lhe, costumava gritar, coma-lhe e beba-lhe, criatura!
Era miguelista - e os partidos liberais, as suas opiniões, os seus jornais enchiam-no duma cólera irracionável:
- Cacete! cacete! exclamava, meneando o seu enorme guarda-sol vermelho.
Nos últimos anos tomara hábitos sedentários, e vivia isolado - com uma criada velha e um cão, o Joli. O seu único amigo era o chantre Valadares, que governava então o bispado, porque o senhor bispo D. Joaquim gemia, havia dois anos, o seu reumatismo, numa quinta do Alto Minho. O pároco tinha um grande respeito pelo chantre, homem seco, de grande nariz, muito curto de vista, admirador de Ovídio - que falava fazendo sempre boquinhas, e com alusões mitológicas.
O chantre estimava-o. Chamava-lhe Frei Hércules.
- Hércules pela força - explicava sorrindo, Frei pela gula.
No seu enterro ele mesmo lhe foi aspergir a cova; e, como costumava oferecer-lhe todos os dias rapé da sua caixa de ouro, disse aos outros cónegos, baixinho, ao deixar-lhe cair sobre o caixão, segundo o ritual, o primeiro torrão de terra:
- É a última pitada que lhe dou!
Todo o cabido riu muito com esta graça do senhor governador do bispado; o cónego Campos contou-o à noite ao chá em casa do deputado Novais; foi celebrada com risos deleitados, todos exaltaram as virtudes do chantre, e afirmou-se com respeito - que sua excelência tinha muita pilhéria!
Dias depois do enterro apareceu, errando pela Praça, o cão do pároco, o Joli. A criada entrara com sezões no hospital; a casa fora fechada; o cão, abandonado, gemia a sua fome pelos portais. Era um gozo pequeno, extremamente gordo, - que tinha vagas semelhanças com o pároco. Com o hábito das batinas, ávido dum dono, apenas via um padre punha-se a segui-lo, ganindo baixo. Mas nenhum queria o infeliz Joli; enxotavam-no com as ponteiras dos guarda-sóis; o cão, repelido como um pretendente, toda a noite uivava pelas ruas. Uma manhã apareceu morto ao pé da Misericórdia; a carroça do estrume levou-o e, como ninguém tornou a ver o cão, na Praça, o pároco José Miguéis foi definitivamente esquecido.
Dois meses depois soube-se em Leiria que estava nomeado outro pároco. Dizia-se que era um homem muito novo, saído apenas do seminário. O seu nome era Amaro Vieira.

(...)

Ver o texto integral da obra aqui.

domingo, 17 de março de 2013

Mural da Semana da Leitura











Trabalho desenvolvido por alunos do 2º ciclo, no âmbito das disciplinas de Português e Educação Visual.

Exposição: "Lugares Queirosianos"

 




Eça de Queirós... há 11 anos atrás!

No ano letivo 2000/2001, por alturas da celebração do centenário da morte de Eça de Queirós (1845-1900), foi organizado na  Escola Básica e Secundária de Oliveira de Frades um  Jantar Queirosiano, dinamizado por alunos do 12º ano e coordenado pela professora Dulce Martinho.

terça-feira, 12 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Semana da Leitura 2013



PROGRAMA DE ATIVIDADES
Grandes Autores: Eça de Queirós | Biblioteca da Escola Básica e Secundária
Exposição: “Lugares queirosianos”
Exposição de trabalhos dos alunos alusivos a Eça de Queirós (personagens, caricaturas, ilustrações, …)
Visitas à Biblioteca (Turmas do 8º e 11º anos)
Quiz: “Eça de Queirós – Teste os seus conhecimentos”

Para e Lê! | Escola Básica e Secundária – Salas de aula
Durante a semana serão lidos textos/poemas ao longo de cada dia (2º e 3º Ciclos e Secundário). Os textos e poemas serão colocados diariamente no livro de ponto, com a sugestão de, em cada aula, se criar um momento de PARAGEM e de leitura/debate.

Em maré de leitura: os livros vão às escolas |Escolas  EB1 do Agrupamento
Durante a Semana serão organizados conjuntos de livros a disponibilizar para leitura autónoma/empréstimo domiciliário aos alunos das escolas do 1º Ciclo sem biblioteca escolar.

Navegar em família: os pais vêm ler! | Biblioteca da Escola Básica e salas de aula (2º Ciclo)
Os encarregados de educação são convidados a participar, diariamente, com a leitura de uma história.

Teatro: “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá” | Biblioteca da Escola Básica e Secundária – 4ª feira, pelas 15:00h.
Dramatização do livro de Jorge Amado pelos alunos do Clube de Teatro.

Oliveira de Frades a Ler| Comunidade educativa
Serão disponibilizados livros/folhetos em locais de espera na Escola (Sala dos Professores e Salas de Atendimento aos E.E.), segundo o lema “Descontraia, leia um livro… “

Na onda da leitura | Comunidade educativa
Cada turma do 2º Ciclo faz uma coreografia de leitura nos espaços de recreio da Escola (átrio da entrada da Escola Sede).

Ida ao teatro: “Em Inglês nos entendemos” | Cineteatro Municipal – 6ª feira, parte da tarde.
No âmbito da disciplina de Inglês, os alunos do 7º  ao 12º ano são convidados a assistir a esta peça de teatro didática e bilingue.

Feira do Livro | Biblioteca da Escola Básica, de 11 a 13 de março
Feira do livro aberta à participação dos pais/encarregados de educação, com horário extensivo ao período pós-laboral (das 9:00h às 13:30h e das 16:00h às 18:00h).